top of page

Comunicação Não Violenta, quando falar faz bem

  • Foto do escritor: Silvia Dal´Alba
    Silvia Dal´Alba
  • 18 de nov. de 2020
  • 4 min de leitura

ree


Podemos eliminar conflitos utilizando a Comunicação Não Violenta? Ops, olha só que interessante, a CNV como iremos chamar daqui pra frente a Comunicação Não Violenta para abreviarmos o nome, vem justamente para nos dar suporte de como lidarmos e termos subsídios ao nos depararmos com conflitos. E isso é fácil? Claro que não!!! A comunicação hoje é o que mais compromete relações interpessoais, causando desgastes em todos os hemisférios das áreas em que atuamos. Quando a comunicação se torna honesta, empática e a conexão entre os humanos aproveita-se da compaixão, e a vulnerabilidade não é vista como critério de julgamento, bravo!! Estamos caminhando na direção de uma comunicação saudável, onde o treino constante e assertivo, combinado com doses de cultivar relações positivas se encaixam perfeitamente no que a CNV adota. Isso é desafiador e constante uma vez que quando nos comunicamos, expressamos sentimentos decorrentes de necessidades atendidas ou não, e o que impacta nas relações é o tempo que destinamos a nos conectarmos com esta finalidade de aprofundarmos relacionamentos.



Falar de CNV = Falar de Marshall Rosenberg


ree

Marshall Bertran Rosenberg PHD em psicologia, americano de Ohio, faleceu aos 80 anos em 2015, vítima de câncer. Desenvolveu o método: Comunicação Não Violenta, para atender as necessidades individuais e compreender as necessidades do outro, onde é utilizada ao redor do mundo, por mais de 65 países para resolução de conflitos de guerra. E essa mediação acontece também na justiça restaurativa, em escolas, no âmbito familiar, social, terapêutico, corporativo e nos mais diversos grupos onde a comunicação exerce grande significado frente às relações e suas propostas. Esse parágrafo poderia sintetizar tudo, mas me sinto particularmente feliz em relatar mais sobre ele, pela grandeza de seu trabalho. Nosso querido Marshall já em 1943 em Detroit presenciou um grave conflito racial, que teve como consequência 40 mortes. Durante esse conflito que durou três dias, ele e sua família ficaram trancados em casa. Tempos depois, Marshall foi vítima de violência na própria escola que frequentava. Esses acontecimentos selaram profundas sugestões frente ao olhar do porquê algumas pessoas respondiam diferentes diante da violência. Ao longo dos anos as práticas da CNV, constantes em seu livro Comunicação Não Violenta – Técnicas Para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais, utilizadas na resolução de conflitos, servem para inspirar líderes de todo mundo quer seja na política, nos negócios ou em outras esferas. Nessa abordagem ele identificou uma forma específica de comunicação: falar e ouvir. Para Rosenberg o ser humano é naturalmente compassivo, por essa razão denominou a CNV de comunicação compassiva, linguagem do coração ou linguagem da compaixão.




Dê um play na sua comunicação


ree

Talvez se entenda o porquê de tanta dificuldade quando falamos em comunicação. Se você é curioso, vai lá no http://michaelis.uol.com.br/ e procura o sinônimo de comunicação e a partir destes conceitos podemos elencar a grandeza que a comunicação exerce e que nós somos os protagonistas. Neste processo de comunicação tão complexo, mas que “achamos” dominar plenamente, é que a CNV desenvolve habilidades de linguagem que fortalecem a capacidade de continuarmos humanos, mesmo em condições adversas. Marshall traz: Se o ser humano é naturalmente compassivo, o que acontece que nos desliga de nossa natureza compassiva, levando-nos a um comportamento de forma violenta e explorar os outros? E o que permite que algumas pessoas permaneçam ligadas a sua natureza compassiva mesmo nas circunstâncias penosas? Nessa perspectiva, tudo é resultado pela forma que falamos e ouvimos os outros, e neste contexto que se criam os problemas, conflitos, discórdia e todos os entraves e ruídos de comunicação. E isso pode ser muito bem conduzido, quando entendemos a resposta que Marshall deu ao ser interrogado sobre o que é amor, ele respondeu: ”Minha visão das coisas é que nós demonstramos reciprocamente amor quando nos conectamos uns aos outros com empatia, quando mostramos ao outro o que nos emociona, quando nos asseguramos que a conexão estabelecida com o outro é fundada apenas e unicamente na necessidade de dar e receber compaixão”. Como fica claro agora começar entender o processo da CNV, não é? Tudo parte do princípio da conexão que conseguimos estabelecer com o outro, a ponto da comunicação ser mais próxima do ideal e contemplar conscientemente as necessidades que estão sendo percebidas, onde podemos usar palavras como janelas ou como paredes, necessariamente a escolha cabe a nós. É certíssimo afirmar então que quando utilizamos a CNV em nossas interações, com nós mesmos e com os outros, nos colocamos em nosso estado compassivo natural.


Por que nos afastamos tanto de nosso estado compassivo natural?


ree

Bem, pra sermos mais precisos o estado natural de compaixão pela CNV segundo Marshall: “É baseada nos princípios da não violência – o estado natural de compaixão quando a não violência está presente no coração. CNV começa por assumir que somos todos compassivos por natureza e que estratégias violentas – verbais ou físicas – são aprendidas, ensinadas e apoiadas pela cultura dominante. CNV também assume que todos compartilham necessidades humanas básicas, e que cada uma das nossas ações é uma estratégia para atender a uma ou mais necessidades”. E quando nos afastamos de nosso estado compassivo natural certas formas de comunicação que utilizamos bloqueiam a compaixão contribuindo para comportamentos violentos com relação aos outros e a nós mesmos. Marshall identificou esse bloqueio de compaixão como “Comunicação Alienante da Vida”. Como uma fraqueza inconsciente, o ser humano se utiliza de formas inadequadas de expressar suas necessidades, e quando a faz, se expressa através julgamentos, comparações e isenção de responsabilidade. Interessante compreender que quanto mais fragilizado o ser humano se encontra, dentro de suas necessidades humanas universais, mais precisamos tratar esta desigualdade, pois a CNV expressa que seu uso deve ser para melhorar o mundo e as injustiças sociais, merecendo observar quando dois lados estiverem discutindo se existe um poder equivalente de privilégios.

Precisamos ser tratados como desiguais...

Comentários


@silviadalalbagestaodenegocios

  • Branca Ícone LinkedIn
  • Branca Ícone Instagram
  • Branco Facebook Ícone
bottom of page